Consumidor
Pesquisa do Senac aponta perfil de quem compra no centro de Pelotas
A pesquisa revelou que a maioria das pessoas que circulam e consomem no centro de Pelotas investe no setor de confecções - roupas e calçados
Paulo Rossi -
Pesquisa realizada pelos alunos do Curso Superior de Tecnologia em Marketing da Faculdade Senac, sobre o comportamento de consumo na zona central de Pelotas, revelou que as pessoas que circulam pelo Calçadão tendem a morar ou trabalhar próximo ao local. Além disso, mostrou que 50% dos entrevistados estão consumindo menos.
De acordo com o professor e coordenador do curso, Rafael Damé, a análise possui um filtro, no qual todas as pessoas que responderam os questionários consomem produtos no Centro. O estudo levou em conta o momento de crise do país, as condições difíceis de tráfego no passeio público, como, por exemplo, o calçamento irregular e as obras de requalificação, e ainda buscou identificar o perfil do consumir da área central após a inauguração do Shopping Pelotas. O questionário foi aplicado pelos alunos do 2° semestre entre os dias 5 e 19 de novembro a 628 pessoas. As questões tiveram como base a população pelotense estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tendo nível de confiança em 95%.
A pesquisa revelou que a maioria das pessoas que circulam e consomem no centro de Pelotas investe no setor de confecções - roupas e calçados. O segmento é tão procurado que pessoas de outras cidades vêm até Pelotas para conferir as novidades. A professora de Português Ivonete Coelho, 63, e a aposentada Marilise Gomes, 52, são exemplos disso. Elas são, respectivamente, de Pinheiro Machado e Herval.
Outro dado levantado pela análise é que 71% dos entrevistados estão satisfeitos com a variedade de produtos e serviços ofertados nessa área da cidade e um número considerável dos entrevistados, 46%, disse estar satisfeito quanto aos preços encontrados nas lojas. Márcia Fagundes, 41, prefere fazer as compras nas lojas do Centro pela maior variedade de produtos e pelos preços mais acessíveis.
Insegurança e requalificação
O estudo também abordou a temática segurança. Nesse quesito, 53% relataram sentirem-se inseguros na área central. De acordo com o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Pelotas (Sindilojas), Gilmar Bazanella, o sindicato já tinha conhecimento desse fato e, por isso, busca intensificar parcerias com a Brigada Militar, a Policial Civil e a Guarda Municipal. Ele salienta, ainda, que o sentimento não impede que as pessoas venham até o Centro, mas traz impactos no tempo de permanência delas no local. Outro ponto abordado na pesquisa é a qualidade do acesso ao Centro. Uma quantidade considerável - 33% - dos entrevistados indicou estar insatisfeita com as condições dos passeios públicos. Esse apontamento também não é novidade ao Sindilojas. Bazanella confia que a resolução do problema está próxima com a requalificação do Calçadão, mas admite que atualmente existe uma desorganização no Centro, dificultando o acesso, principalmente dos idosos.
A maioria é do Fragata
A maioria das pessoas entrevistadas que consomem no Centro é residente do Fragata e do Centro. Os bairros que menos aparecem são Laranjal, com 2%, e Areal, com 15%. Bazanella explica que além desses bairros estarem mais próximos do Shopping Pelotas, eles possuem características próprias, como lojas e comércios locais. Ele ressalta que para os moradores do Fragata é mais cômodo fazer as compras no Centro, pois dependem apenas de um ônibus, enquanto que para ir até o Shopping precisariam de dois. O presidente do Sindilojas ressalta ainda que o Shopping e as lojas centrais não são concorrentes, pois existe uma diferença de nível social entre os públicos.
Perfil dominante de consumo na área central revelado pela pesquisa
- A grande maioria das pessoas consome no Centro porque mora perto ou trabalha na área central, possui curto horário de intervalo de almoço, seguido pelo fácil acesso e pelos preços atrativos
- Os setores mais procurados são as confecções e os alimentos
- Mais da metade dos entrevistados acha a zona central insegura
- Pessoas entre 25 e 35 anos são as que mais compram no Centro
- A maioria dos entrevistados mora no Fragata e no Centro
Faixa etária dos consumidores
- 194 entrevistados têm entre 25 e 35 anos
- 174 têm entre 35 e 50 anos
- 128 têm entre 18 e 25 anos
- 90 têm acima de 50 anos
- 42 têm até 18 anos
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